COMPORTAMENTALIDADES

Porque tudo o que pensamos é comportamento, porque tudo o que dizemos é comportamento, porque tudo o que fazemos é comportamento, porque tudo o que desejamos dizer ou fazer (e não dizemos nem fazemos) é comportamento, porque tudo aquilo que os outros pensam, dizem e fazem (ou pretendem fazer) é comportamento, eis o Comportamentalidades!

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Um anónimo no meio de uma multidão sem rumo

terça-feira, fevereiro 13, 2007

OS TREMORES DOS TREMORES DE TERRA

Esta é uma imagem difundida pela Câmara de Lisboa e que ilustra uma das atitudes que devemos ter em caso de tremor de terra.
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Por falar em tremores de terra, sismos ou terramotos, lembro-me de dois: o de 28 de Fevereiro de 1968, considerado o maior da segunda metade do século XX: era Inverno e já não sei porquê os meus avós maternos - que saudades! - estavam a dormir lá em casa, o que era raro pois eles vinham da terra muito poucas vezes. Ficaram na minha cama e eu, aleluia, dormi na cama dos meus pais.
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Nesse dia as galinhas - os meus pais tinham galinhas numa capoeira e os vizinhos também - andaram muito agitadas, assim como os cães e os gatos, mas ninguém percebia porquê! Depois viríamos a confirmar que os animais pressentem estes acontecimentos. Os humanos também podem pressentir mas o sentido dos animais é muito mais apurado!
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A meio da noite lembro de ouvir um barulho tremendo vindo de debaixo do prédio (eu vivia num primeiro andar) como se fossem pedras gigantes a baterem umas nas outras. Depois, gritos, portas a abrirem-se e a baterem, pessoas a correrem pelas escadas abaixo e a só pararem no meio da rua. Entretanto, os segundos em que o tremor de terra durou já tinham passado.
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A minha mãe agasalhou-nos a mim e à minha irmã - a mais nova ainda não era nascida - descemos todos as escadas, os meus avós também, à excepção do meu pai que - para nossa aflição - ficou lá dentro de casa. Algumas pessoas tinham transistores, mas as notícias naquele tempo não eram como agora, demoravam tempo a chegar às redacções e a serem difundidas - ainda assim o rádio era muito importante!
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Na rua havia pessoas de todas as formas: alguns quase nus - houve mesmo quem viesse completamente nu para a rua - outros com cobertores e lençóis por cima, outros só com umas camisolitas ou roupões, descalços ou em chinelos. Muitos minutos se passaram até aparecer o meu pai: vinha completamente vestido dos pés à cabeça, com o sobretudo que o faziam um homem imponente no vigor dos seus 30 e pouco anos, com chapéu - na altura ainda se usava - com sapatos, com camisa, com gravata, penteado... vinha preparado como se fosse trabalhar. Dizia ele que o pior já tinha passado e não queria apanhar uma constipação, em tom de brincadeira.
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Esqueceu-se das réplicas. Houve muitas durante muitas horas, mas felizmente pequenas. Eu era pequeno mas nunca mais me esqueci desse dia. O outro tinha acontecido uns anos antes, ai eu era mesmo pequeno mas ainda me lembro de pessoas a gritarem e alguns móveis a moverem-se dentro das casas. Do sismo de ontem não dei por nada, até porque vinha a conduzir e quaisquer estradas esburacadas do nosso país substituem qualquer indício de sismo...

8 Comments:

Blogger Isabel Filipe said...

... eu não estava cá ...

já tenho sentido alguns fraquinhos ...

mas o de ontem foi para mim assustador ... fiquei a tremer ... trabalho em Lisboa, num 18º andar ... vidraças por todo o lado ...

bjs

10:18 da manhã  
Blogger Su said...

eu deste lado do mar..tb não senti nada:))))))))

jocas maradas

7:51 da tarde  
Blogger Unknown said...

Que história! Deve ter sido assustador! Eu não senti nada, e ainda bem, porque tenho realmente um certo medo de tremores de terra!
Mas esse que descreveste foi em Lisboa?

Beijinhos

11:27 da manhã  
Blogger Márisa said...

Nunca passei por isso! Felizmente!

2:12 da tarde  
Blogger Bichodeconta said...

Este comentário foi removido pelo autor.

1:39 da tarde  
Blogger Bichodeconta said...

Este comentário foi removido pelo autor.

1:39 da tarde  
Blogger Bichodeconta said...

Eu era uma fedelha de 15 anos, estava em casa, no Alentejo, com a mãe e as irmãs mais novas.. O pai e as irmãs mais velhas estavam na Leziria onde o pai era capataz na poda dos sobreiros.. Vinham ranchos do Alentejo e ficavam todo o inverno..Eu sai da cama ainda o tremor de terra não se fazia sentir.. Só um barulho imenso e um calor que parecia vir debaixo da terra.. É tremor de terra gritei, ninguém acreditou e foi preciso a terra tremer para que tudo saisse da cama a correr.. Qual agasalhar? Nem pijama ainda tinha, só uma combinação, nessa altura as meninas usavam conbinação, sei que tinha bichos e era em tons de rosa.. Na rua, bem, era gente em cueca e outros nem tanto.. O próprio dr Vergilio de que ontem te falei, veio nú prá rua, foi durante muito tempo a risota dele e não só... Mas esse não foi o meu primeiro tremor de terra, lembro-me do tinir da loiça dentro dos armários e sempre um barulho como se fosse mar revolto.. Parece que Parece que foi ontem.. O tempo passa..Um abraço..

1:42 da tarde  
Blogger A OUTRA said...

Tremor de terra de 1968!...
Oh!... Dá-me um avião antes dele começar!...
Horroroso!... Ainda parece ouvis os ferros dentro das paredes a esmagar o cimento.
Sabes o que é viver em Almirante Reis e ouvis as chaminés cair em cima dos carros estacionados na rua?...
Eu sei. Horroroso!...
Sabes que durante o dia fazem à volta de 123 tremores de terra em Lisboa?...
No dia a seguir aquele faziam quase de meia em meia hora, segundo uma senhora que trabalhava no Instituto de Geofísica, ou lá como se chama ou chamava.
Sentiamos as placas bater na vertical e na horizontal.
Eu não quero sentir outro assim. Então vou desta para melhor.
Tenho mêdo!!!!!!!...........
Maria

1:45 da manhã  

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