COMPORTAMENTALIDADES

Porque tudo o que pensamos é comportamento, porque tudo o que dizemos é comportamento, porque tudo o que fazemos é comportamento, porque tudo o que desejamos dizer ou fazer (e não dizemos nem fazemos) é comportamento, porque tudo aquilo que os outros pensam, dizem e fazem (ou pretendem fazer) é comportamento, eis o Comportamentalidades!

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Localização: Lisboa, Portugal

Um anónimo no meio de uma multidão sem rumo

segunda-feira, outubro 16, 2006

No Dia Internacional da Alimentação

Adolescentes lights e estudantes snacks
Cocas-colas, barras de chocolate, adolescentes lights , snacks de queijo, estudantes snacks, batatas fritas, iogurtes magros e outras coisas que tais … Eis a alimentação que os jovens portugueses, estudantes a maior parte deles, fazem! Impunemente! Os bares das escolas são profícuos na disseminação deste tipo de alimentação que molda os que em breve serão adultos e que gerirão as empresas, as instituições, serão pais e mães de famílias, enfim … Para acentuar ainda mais as deficiências alimentares, as cantinas nas escolas secundárias e nas faculdades abusam das batatas fritas e dos enlatados. A fruta apodrece nos self-services e as gelatinas não se sabe de quê desaparecem em três tempos.
Que saudades do cozido à portuguesa do Avelino
Almocei durante muitos anos num restaurante na Rua de S. Marta em Lisboa que primava pelos pratos fixos por dia, de base portuguesa. Assim, à 5.ª feira era o grande dia do cozido à portuguesa, à 2.ª feijoada à transmontana, à 4.ª caldeirada à setubalense, à 6.ª bacalhau de várias maneiras e feitios, à 3.ª os rojões à minhota … Que saudades dessa comida! Depois, no fim dos anos 90, o Avelino voltou para a terra, Ponte de Lima, e os trespassados foram os clientes habituais que passaram a não ter mais opções que os bitoques com ovo a cavalo, os lombos de porco, os filetes de pescada …

segunda-feira, outubro 09, 2006

PORTUGUESES ESTÃO CADA VEZ
MAIS VIOLENTOS - I
Os portugueses estão cada vez mais violentos. E isto nada a tem que ver com as recentes mortes protagonizadas por elementos da GNR ou com sequestros em bancos. Nem é uma violência em que as pessoas se andem a matar na rua – por enquanto! – mas há violência latente nos rostos e nos gestos das pessoas dentro dos automóveis, nas ruas, nos transportes públicos, nas repartições públicas, nas escolas e nas empresas. Enquanto automobilistas já todos passámos por situações em que somos alvo de todos os impropérios por parte de outros automobilistas, que não toleram que se espere pelo sinal verde para arrancar, que apitam quando paramos no amarelo, que nos olham com um olhar de morte quando nos ultrapassam com a sua «bomba», que praguejam – nota-se pelos gestos e pelas simulações dos lábios – quando paramos à entrada de uma rotunda ou numa passadeira de peões. Por falar em peões, estes muitas vezes também são violentos: na maneira como se atiram para as passadeiras e quase param no meio das zebras mirando com um olhar de ódio as cabecinhas dos automobilistas; violentas as pessoas que esperam nas paragens dos autocarros e com olham para quem passa de carro rogando as maiores pragas aos vertebrados atrás do volante; violentos aqueles peões que fazem guinchar os pneus dos carros quando durante 10 minutos não passará outro automóvel por ali! Isto tudo se agrava ao fim-de-semana, especialmente aos domingos. Sobre os transportes públicos posso afirmar que há pessoas que os utilizam só para procurar conflitos. Durante uns tempos por motivos profissionais tive que fazer o percurso Terreiro do Paço-Expo e não havia dia que passageiros não se pegassem uns com os outros ou com os motoristas. Esses protagonistas eram geralmente homens com 60 ou mais anos, mas havia de tudo! As escolas são dos locais mais violentos em Portugal neste momento. Valorizam-se os telemóveis, as roupas, os ténis, as mochilas e os carros dos papás quando deixam os filhos no portão da escola. As crianças e especialmente os jovens agrupam-se pelas características enunciadas. Os professores pouco ou nada podem fazer pois muitas vezes são vítimas de chantagem psicológica – e até física – por parte de alunos e de pais de alunos. Idem, idem para os auxiliares. Nas repartições públicas é o que se sabe: há um conflito permanente entre quem está de um lado e de outro do balcão. E nem é preciso ir à saúde, só isso dará um artigo de muitas páginas – os hospitais, clínicas e centros de saúde (de saúde têm pouco, cheira mais a morte lenta!) em Portugal são dos locais mais violentos do … mundo!!! E chegamos aos empregos: se for no funcionalismo público tradicional – gabinetes, repartições, arquivos – há subordinados que não admitem serem mandados por … superiores! Outros que passam o tempo a jogar no computador ou a navegar na Internet enquanto os colegas fazem o trabalho deles! Mas descansem os do público pois no privado também há casos destes: mas aqui a violência pauta-se mais pela competição mesquinha, pelo não falar, pelo olhar para os colegas pelo símbolo da marca do carro – se tem ou não tem estacionamento – pelo telemóvel – se é ou não cedido pela empresa, e pela roupa: ai de quem leve a mesma peça de roupa duas vezes numa semana… A violência pode não ser física como a conhecemos dos filmes, dos noticiários e da vida real de cada um. Há outro tipo de violência que se expande exponencialmente entre os portugueses e que fará de Portugal uma das sociedades mais violentas nos próximos anos!!!